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Deputada Luciane Carminatti FOTO: Bruno Collaço / AGÊNCIA AL

De cada 10 pessoas, oito admitem algum tipo de preconceito contra mulheres no Brasil, diz pesquisa

Segundo esse levantamento, quase 90% da população mundial tem algum tipo de preconceito contra as mulheres

A deputada Luciane Carminatti (PT) disse que é assustador e inacreditável as informações da pesquisa realizada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD/ONU) e divulgada no último dia 12 de junho. Segundo esse levantamento, quase 90% da população mundial tem algum tipo de preconceito contra as mulheres.

“Dado extremamente grave, indignante para homens e mulheres, quero crer.” Segundo a deputada, foram analisadas quatro dimensões sobre preconceito de gênero em que meninas e mulheres enfrentam desvantagens e discriminação: integridade física, educacional, política e econômica.

O diagnóstico, feito junto a 80 países e mais de 85% da população mundial, mostrou que quase nove de cada 10 pessoas têm algum tipo de preconceito contra as mulheres e um em cada quatro pessoas aceita o fato de um homem bater em uma mulher.

“Dá pra gente acreditar nisso? É assustador!” No Brasil, num grupo de 10 pessoas entrevistadas oito pessoas, portanto 80%, admitiram algum tipo de preconceito contra as mulheres. Quase todos relacionados à violência e – pasmem – ao direito de decisão sobre ter filhos. Isso é Brasil 2023”, ressaltou Luciane.

Segundo ela, estes números explicam muito o número de feminicídios no país e no estado e a banalização das violências. “Faz de conta que não tem nada a ver comigo, é papo chato de mulher, mas está relacionado com o fato de se naturalizar inclusive uma violência física.”

Mulheres na política

Conforme o relatório, no Brasil, de cada 10 pessoas quatro acreditam que mulheres na política não atuam tão bem quanto os homens. O estudo foi feito entre 2017 e 2022. “É por isso que tem tão poucas mulheres aqui, é por isso que é muito difícil as mulheres chegarem aos espaços de decisão, de poder, da política. É por isso que a gente faz audiências como a de hoje [sobre renúncia fiscal] e tivemos uma mesa só de homens e a gente só escuta bom dia senhores, senhores, senhores, senhores, até que eu tenha que dizer: Epa, aqui também têm mulheres, então é ‘senhores e senhoras’ porque a linguagem também inclui ou exclui.”

A deputada questionou como se sentiriam os deputados se fossem chamados só de deputadas? “É assim que a gente se sente o tempo inteiro e isto é violência. Se fosse o inverso, os homens fariam a mesma fala. Se fossem 37 mulheres e três homens na Alesc, os homens viriam na Tribuna pedir que os incluíssem na fala. Isso é democracia e não dá mais pra gente pensar em 2023 com esse rescaldo aqui de nos ignorar o tempo inteiro. Se nos ignoram na presença, nos ignoram nas pautas.”

Inclusão

Ela lembrou quando se elegeu vereadora em Chapecó, o primeiro bóton que ganhou era como está escrito ali (aponta para o telão do plenário da Alesc, onde abaixo do seu nome está escrito “orador”). “Era vereador, orador. Devia ser vereadora, deputada, oradora, vamos corrigir isto.”

“Quando me elegi deputada, o primeiro bóton que eu ganhei estava escrito deputada e eu achei aquilo inédito, eu tirei uma foto porque aquele “a” tinha um significado enorme de inclusão, porque “eu sou mulher” e esse espaço tem que acolher homens e mulheres.”

Em SC, quarto estado do país com o maior índice de desigualdade salarial, a deputada luta pela aprovação do PL de sua autoria da equidade salarial que está tramitando. “Imagina um trabalhador da segurança pública e uma trabalhadora na mesma função que ganhe 24% a menos. Não tem cabimento. Mesma função, mesma remuneração. Professor e professora, mesma função, mesma remuneração.”

Luciane também segue na luta pelo Observatório da Violência Contra a Mulher, pela Procuradoria da Mulher e pela Bancada Feminina. “Esta é uma tarefa de todas as pessoas e das deputadas junto com os deputados, é das mulheres, mas é dos homens também. Temos que admitir e acabar com esta construção cultural, pensar mais e agir corrigir.”

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