Já pensou você estar vivo, mas ser declarado morto pelo seu ex-patrão por ter feito coisa errada e como prêmio sua esposa passar a receber uma pensão de R$ 22 mil brutos por mês, cerca de R$ 14 mil líquidos. Pois essa é a situação do advogado e militar da reserva Ailton Barros, preso nesta semana pela Polícia Federal na investigação sobre a inserção de dados falsos de vacina nos sistemas do Ministério da Saúde beneficiando a família Bolsonaro e seus assessores.
Barros é dado como morto pelo Exército, conforme revelou a Globo News nesta semana. Ele está vivinho da Silva e desde setembro do ano passado, ao menos, a esposa do militar recebe a pensão pela suporta “morte” do marido. Não bastasse isso o que mais surpreende é o motivo que levou ao benefício: a expulsão de Barros do Exército.
De acordo com documentos do Superior Tribunal Militar ele foi expulso da corporação em 2006. Esse foi o fim de uma carreira recheada de problemas. Segundo o Exército, ele já tinha sido preso cerca de sete vezes, desde 1997, até a expulsão. A gota d´água foi seu envolvimento em um caso de desvio de armas do Exército para traficantes do Rio de Janeiro. Conforme o STM, o ex-militar era um “oficial que reiteradamente prática atos que afetam a honra pessoal, o pundonor militar e o decoro da classe, por isso, incompatível com o oficialato”, mostra a reportagem.
Além do seu envolvimento na adulteração de cartões de vacinação na prefeitura de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense para beneficiar o clã Bolsonaro, a Polícia Federal também interceptou diálogos de Barros com o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, em que ele dizia saber quem mandou matar a vereadora do Rio, Marielle Franco.
“Morto Ficto”
Reportagem do Portal UOL revelou que Ailton é registrado como “morto” nos sistemas de informática do governo, mas apenas por questões burocráticas. É um “morto ficto”, segundo o Exército.
O ex-major “foi considerado incompatível com o Oficialato”, segundo o Exército informou ao UOL. Ele foi expulso em 2006, decisão confirmada em 2014 pelo Superior Tribunal Militar, quando o processo foi encerrado.
“O ex-militar foi incluído no sistema como ‘morto ficto’ para que seus beneficiários legais [no caso a esposa] pudessem receber a pensão correspondente ao posto, cumprindo o previsto na legislação”, disse o Exército. O benefício é legal, mas tem sido questionado.
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